sexta-feira, 16 de março de 2012

O Artesanal Agrega Valor

Em matéria publicada em 05 de outubro de 2011 o Suplemento Paladar do Jornal Estado de São Paulo trouxe o histórico da salga como método de conservação, utilizado há milênios. Ressaltava ainda os grandes Chefs da atualidade que utilizam esta técnica em alguns pratos, como pirarucu paraense de Thiago Castanho, a carne de sol de Rodrigo Oliveira, o magret de sol de Wanderson Medeiros, o bacon caseiro (de salmão, pasmem!!!) de Alberto Landrgaf...
Nossa região não fica pra traz quando o assunto é salga! Os habitantes pioneiros de nossa terra já utilizavam a salga como um dos principais métodos de conservação de pescados oriundos do litoral catarinense em épocas em que grandes cardumes chegavam às praias e não havia outra forma de conservação.
O processo consistia na salga do peixe espalmado (aberto pelas costas), secagem ao sol e defumação. O resultado é uma iguaria típica da cozinha do litoral catarinense denominada Cambira.
Com a chegada da luz elétrica e de refrigeradores que possibilitavam a conservação dos pescados, esta prática foi sendo abandonada, e a tradicional cambira, esquecida.
Em 2007, um grupo composto por um professor do Instituto Federal de Santa Catarina, um extensionista da EPAGRI e o Sr. Paulo Xavier (aluno do CST em Gastronomia Univille) criaram o Projeto Cambira, a fim de resgatar a técnica de elaboração do produto e estimulando a geração de renda em comunidades de pescadores artesanais.
Consiste em um projeto social e acima de tudo de resgate cultural, tão valorizado atualmente, momento em que os melhores restaurantes do mundo conquistam seus títulos pelo excelente trabalho com ingredientes locais e culto às tradições.

                                                                                                                                                                          Processo de Defumação


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