Helena Rizzo, do Maní, foi eleita a melhor chef mulher de 2014. O prêmio Veuve Clicquot é uma categoria especial do Worlds 50 Best, da revista britânica Restaurant, que todo ano elege os 50 melhores restaurantes do mundo. A lista completa de vencedores será anunciada em Londres, no dia 28 de abril.
Premiadíssimo no Brasil (o Maní é a casa com mais vitórias no
Prêmio Paladar, entre outros títulos), o restaurante que Helena Rizzo
comanda ao lado do marido, o chef espanhol Daniel Redondo, entrou para a
lista dos 50 melhores do mundo em abril do ano passado, na 46ª posição.
Em setembro, foi eleito o 5º melhor da América Latina. As apostas agora
são de que o Maní deve subir algumas posições no ranking.
"Eu não sou a melhor cozinheira do mundo, é obvio, mas esse prêmio é um
reconhecimento do trabalho que a gente faz", disse a chef. "O prêmio
não é meu, sem falsa modéstia, é de toda a equipe do Maní - e muito do
Dani." A homenagem ao marido não é por acaso, Helena e Daniel criam
pratos, testam ingredientes, fazem de tudo juntos no Maní - só não ficam
ao mesmo tempo na cozinha, o que faziam apenas no início. O restaurante
nasceu de um sonho do casal, que se conheceu no El Celler de Can Roca,
em Girona, na Espanha - atualmente, o número 1 do ranking 50 Best.
A gaúcha havia trocado a carreira de modelo pela de cozinheira e tinha
passado por restaurantes na Europa. Estagiou em diversas cozinhas na
Itália e na França e acabou parando na casa dos irmãos Roca, onde Daniel
trabalhava havia 15 anos. Voltou ao Brasil casada com ele e com planos
de abrir o restaurante. O casal inaugurou o Maní em 2006, com a atriz
Fernanda Lima entre os sócios.
Aos 36 anos, a gaúcha Helena Rizzo está em grande forma. Sua cozinha é
criativa, técnica e reflete uma capacidade ímpar de combinar sabor,
frescor e beleza. O menu do Maní é composto de pratos leves,
surpreendentes, que podem ser pedidos à la carte ou em forma de
degustação (o menu de oito tempos custa R$ 340 por pessoa sem vinhos e
R$ 480 com harmonização de vinhos).
"A habilidade de conciliar tradição e técnicas contemporâneas é parte
talento e parte experiência", destaca o texto que anuncia a vitória da
brasileira. Helena venceu a quarta edição do prêmio - e é a única eleita
até agora, que não tem a cozinha classificada com a cotação máxima de
três-estrelas do célebre guia francês Michelin. (O guia não é editado no
Brasil).
Este prêmio foi criado em 2011, uma categoria especial, e já consagrou a
francesa Anne-Sophie-Pic (restaurante Pic), a italiana Nadia Santini
(Dal Pescatore) e a espanhola Elena Arzak (Arzak). "Embora no Brasil não
exista esse negócio de discriminação da mulher na cozinha - pelo menos
no meu tempo, nunca senti - acho que esse prêmio é bom porque valoriza a
cozinha brasileira, a gastronomia nacional", disse a chef.
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